Eis o exemplo de vida de Homero Manini. Ele vem lá de Lajeado com coração repleto de lembranças e a alma de uma pureza incomparável, pura e bela, assim como a terra que nos chama, a cada instante, a preservá-la.
1) Manini quando foste o diretor campeiro do MTG? Eu fui Diretor Campeiro na gestão do Presidente Andrade em 1993/94. Depois fiquei todos os anos da gestão do Feltrim. Logo após fui Diretor Campeiro da CBTG por mais dois anos.
2) Que história mais te marcou neste período? O que mais me marcou! Ah, foram várias coisas, as amizades que fiz. Mas sem dúvida a implantação e concretização da nossa FECARS – Festa Campeira do Rio Grande do Sul, com todos os seus regulamentos e provas. Lutamos muito para chegar onde deixamos, depois de 10 anos participando ativamente. Lembro bem, das viagens que fiz por todo o Rio Grande pesquisando e conhecendo os costumes, as lidas campeiras; a fim de construirmos os regulamentos e organizar este evento. Entende! Esta maneira do gaúcho, em provas dentro de uma pista, diante de um grande público. Lembro dos encontros de gerações participando das provas, a culinária diferente (as comidas típicas de cada região do Estado do Rio Grande do Sul), isto tudo dentro de uma mesma Cidade. Tinha os italianos, os alemães, os fronteiriços, os parecidos com portugueses, enfim... E as pilchas, que dificuldade para entendermos e mostrarmos da maneira mais original e do jeito do homem gaúcho.
3) Qual experiência tiraste deste período? Aprendi muito. Conheci muitas pessoas, humildes, influentes e muitas autoridades. Tudo isso me deixava feliz! Fazia porque gostava, tirava dinheiro do bolso sempre para trabalhar em eventos, como rodeios e festas campeiras em todo o Brasil. Deixa sim um conhecimento importante como à liderança, embora nunca tive o desejo do poder, do ser, nunca me candidatei a nada sempre fui convidado a fazer as coisas, a liderar grupos, tudo acontecia normalmente. Lembro do respeito como todos me tratavam, a confiança que as pessoas tinha em mim, pois dificilmente recebia contestações fortes.
4) Houve um afastamento teu do Movimento por que? Como em tudo na vida tem seu tempo, fiz muito, me dediquei demais, pelo Movimento Tradicionalista. Não tinha hora para eu viajar era noite, ou dia, eu cumpria horário e agendas. Mas tenho um casal de filhos, veja, até hoje eles têm cavalos e não sabem andar, não sabem pegar um cavalo, não sabem dançar, apenas o básico. Minha filha até ensaiou alguns passos no CTG, meu filho, se dedicou ao esporte foi basqueteiro de seleção Gaúcha, hoje cursa odontologia na UFRGS. Como são as coisas, não consegui trazer eles comigo, eles me levaram com eles. Com isto me envolvi em um clube muito grande em nossa cidade e fui convidado a ser presidente, fiquei por oito anos. Trabalhei muito, como de costume, você sabe bem né? Criamos muitas coisas boas para a Cidade, e achei que seria apenas um pequeno afastamento, mas acabei me afastando por completo das lidas do Movimento Tradicionalista. Sinto saudade disto tudo, juro que já pensei em voltar.
5) Que mensagem daria para os jovens a respeito da valorização do campeirismo?
As pessoas que têm a origem e gostam do campeirismo são ecologicamente corretas por natureza. E neste mundo globalizado e informatizado o que mais se houve é sobre o meio ambiente. Assim, como toda humanidade a evolução e o progresso avançou muito, devemos ter o cuidado de conservar a nossa origem, as nossas coisas e costumes, sem estagnar o processo de crescimento. E pela sua pergunta, penso eu que não existe valorização do campeirismo, ainda existe a preservação do campeirismo, ou se tenta fazer isto. Podemos ver a diferença de tradicionalismo e campeirismo, pois este tema vai diretamente na origem de tudo, relacionado ao agropecuário, a máquina, a tecnologia invadiu os campos e as lavouras, os homens e mulheres deste meio são empresários do negócio rural. E por isto, penso que, o jovem não presenciou o campeirismo. Ouve falar e acompanha em festas e rodeios, não existem mais estâncias com marcação e castração, não existem mais domadores, não existem mais tropeadas e tropeiros. Tentamos fazer cavalgadas, rodeios e concursos. Mas fica a imagem e a história para passarmos às novas gerações principalmente através dos CTGs.
CONFESSO LEITORES, AS LÁGRIMAS VIERAM AO ROSTO. TEMOS QUE REFLETIR! NÃO PODEMOS DEIXAR QUE AS PESSOAS DEIXEM O MOVIMENTO, AFINAL, ELE É DE TODOS NÓS. MANINI, NÃO HÁ PALAVRAS PARA EXPRESSAR GRATIDÃO, CARINHO E DESEJO DE REVÊ-LO EM BREVE. FIQUE, AMIGO DO CORAÇÃO COM O AROMA DAS FLORES DO CAMPO E NA ALMA GUARDE ÀS AMIZADES QUE TRADUZISTE NO E-MAIL, NÃO SÓ TU QUE SENTES SAUDADE! SENTIMOS DE TI TAMBÉM!
Que saudade do MTG dos tempos do Manini. Acompanhei aquela época, pois era Coordenador Regional. Que saudade das discussões travadas nas convenções. Se depender de mim, vou tentar trazê-lo de volta, pois tem muito a contribuir. Sua entrevista reflete muito o que tenho defendido, especialmente as diferenças regionais que naqueles tempos ainda eram respeitadas. Fábio Mattos
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